Reajuste de 33% anunciado pelo governo para professores do ensino básico eleva o piso de R$ 2.886 para R$ 3.845. Prefeitos e governadores apontam dificuldades para pagar. A decisão, anunciada em 27 de janeiro, vai na contramão de recomendações do Ministério da Economia e da Casa Civil, que propuseram aumento de 7,5% com base na inflação.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta sexta-feira (04) da solenidade de assinatura da portaria que estabelece o novo valor do Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica (PSPN), ocorrida no Palácio do Planalto. O piso em 2022 será de R$ 3.845,63.
“Havia, sim, muitos, mas muitos pedidos de chefes do Executivo estaduais e municipais querendo 7%. Eu conversei com o Milton Reibeiro, o dinheiro de quem é? Quem é que repassa esse dinheiro para eles?’ Somos nós. O governo federal. ‘E a quem pertence a caneta BIC? Para assinar o reajuste?’ ‘Presidente, essa caneta Bic quem vai usá-la sou eu em portaria’. ‘E daí, Milton, 7% ou 33%?’. E eu sempre fiz uma coisa na minha vida: Aprendi cedo quando servi em Nioaque, em Mato Grosso do Sul, a me colocar do outro lado do balcão”.
Durante live semanal ontem, Bolsonaro afirmou que “tem recurso” para conceder o reajuste salarial dos professores, anunciado na semana passada. Já os municípios, responsáveis pelo pagamento da maioria dos salários da categoria, tem demonstrado preocupações fiscais.
A Frente Nacional de Prefeitos emitiu uma nota alertando para o risco de colapso em serviços essenciais e atraso de salários e defendeu responsabilidade fiscal.
Bolsonaro completou citando reportagem em que a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) orientou prefeitos a não concederem o aumento. “Vamos ver o que vai dar isso aí”, emendou na data.
A decisão, anunciada em 27 de janeiro, vai na contramão de recomendações do Ministério da Economia e da Casa Civil, que propuseram aumento de 7,5% com base na inflação. Ao todo, o governo estima que cerca de 1,7 milhão de educadores devem ser beneficiados.
Com informações do Correio Braziliense – Mossoró Hoje